Posted by : Unknown sábado, 21 de setembro de 2013

Coisas que você deve saber antes de voltar ao vinil


Objetivamente falando, o vinil não oferece o melhor som. Porém, carrega várias outras qualidades, peculiaridades estéticas e significativas que fazem dele muito mais do que uma plataforma de registro e reprodução musical.
O vinil suscita vários aspectos emotivos, táteis, físicos e psicológicos a respeito da música e do fetichismo que é possuir um objeto tão icônico quanto as canções que vêm em seus sulcos.
Ele possui um ritual, é necessário evocar sua atenção completamente e o ato de trocar os lados é um lembrete que não deixa você se distrair por muito tempo. Você vai ter de se voltar a ele, colocar suas mãos na bolacha, posicionar a agulha e aumentar o volume novamente, se quiser dar continuidade ao álbum.
Pra mim, a maior parte da diversão está em cair de cabeça na pira de colecionador e na paranoia da perfeição, na engenharia, nas minúcias do que é preciso se preocupar para chegar “lá”, naquele lugar sonoro embolorado, quentinho e nostálgico.
Aqui vai um guia com algumas coisas para se levar em consideração, antes de começar a comprar vinis de novo.

O que, afinal, é diferente?

O Eduardo Pinheiro já explicou isso no texto Som: entre a fidelidade e a nostalgia. Copio aqui algumas das partes mais relevantes pra nós.
Por exemplo, as pessoas que preferem o vinil louvam suas qualidades orgânicas e, em particular, como os graves são envolventes. Isto é totalmente verdade. No entanto, o som digital, como ele é registrado num CD, por exemplo, é efetivamente mais fiel (isso pode ser fisicamente medido).
Os graves envolventes do vinil são resultado de distorções eletromecânicas: e aí que está, o tal grave envolvente é um “artefato” introduzido pelo modo de reprodução, ele não é fiel a música que é produzida normalmente (a não ser que ela seja produzida de forma a exatamente imitar esse artefato). Porém, o que ocorre é que os artefatos digitais existem e, embora sejam mais sutis, nós, ao longo do tempo (e também pela questão de hoje ser mais incomum) criamos uma relação emocional com os artefatos do vinil.
Então o vinil tem um som diferente, menos fiel, com mais artefatos (além da distorção nos graves, os estalidos, e muitos outros tipos), mas que pode nos soar melhor por uma série de razões. E, de fato, podemos argumentar que certas músicas, particularmente as antigas, foram pensadas para serem ouvidas nesse meio – e que, portanto, existe uma “fidelidade” no sentido de ouvirmos como era ouvido no passado.



Qual toca-discos comprar?

Essa é uma questão que vai depender da relação entre investimento e qualidade.
Se você se preocupa apenas com a questão estética e quer convidar os amigos para tomar uma cerveja enquanto ouve um álbum do Led Zeppelin na mídia em que foi concebido, talvez não seja preciso gastar tanto.
Mas se você quer tornar evidentes as verdadeiras qualidades da plataforma, com os detalhes do espaço sonoro analógico, pode ser então que um investimento maior seja necessário. Mas, creio eu, esse segundo caso deve ser raríssimo e desnecessário na maioria das vezes.
A maior parte dos toca-discos de hoje são muito melhores que a média dos que circulavam no mercado na época. Tendo isso em vista, a dica que fica é: evite os aparelhos antigos. O principal ponto contra eles, na prática, é a alta fragilidade e dificílima manutenção, o que os torna caros.
Mas, claro, se você quer entrar de cabeça na pira de colecionador, vá fundo.
Outro ponto a favor de toca-discos mais recentes é que a maioria deles já vem com o item mais obscuro e difícil de compreender quando o assunto são sistemas de som: os pre-amps.


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